A integração sensorial e o desenvolvimento infantil

A integração sensorial e o desenvolvimento infantil

  • Grupo Conduzir admin
  • 13 de maio de 2022
  • Blog

Desde o início da vida, ainda no ventre da mãe, experimentamos sensações, como a pressão do ventre materno. Logo quando nascemos, somos bombardeados com novas sensações, como sons intensos, a força da gravidade, luzes, cheiros e toques. Toda essa variedade de estímulos atinge o cérebro, e o bebê aprenderá a regular o seu comportamento. Desenvolverá competências para reagir ao que sente no corpo e responder a tudo o que o rodeia de forma adaptada. A cada uma das sensações é atribuído um significado, que pode ser de medo, desconforto, alegria ou prazer, e esses registros serão a base para aprendizagens futuras e para a forma como a criança está ou não disponível para se envolver em determinadas atividades. 

Conhecemos o mundo através dos nossos sentidos, e sempre nos foi dito que eles são cinco, mas na verdade temos sete sentidos que nos fazem explorar o mundo. São eles: os sistemas visual, olfativo, gustativo, auditivo, tátil, vestibular e proprioceptivo. E os nossos sentidos são tão importantes que são a base do nosso aprendizado. 

Em 1963, a Dra Jean Ayres usou pela primeira vez o termo Integração Sensorial e a definiu como “processo neurológico que organiza a sensação do próprio corpo e do ambiente, e torna possível usar o corpo eficientemente no meio”. A integração sensorial é um processo inconsciente e é importante para que consigamos viver com toda a informação sensorial disponível, mas conseguindo focar numa única atividade. Esse aspecto é essencial para o aprendizado, seja ele do âmbito acadêmico, seja das atividades cotidianas, bem como das atividades sociais. 

Os pressupostos da teoria da integração sensorial remetem-nos para o fato de que aprender depende da capacidade de receber e processar as informações do corpo, do movimento e do ambiente, e de usar essa informação para planejar e organizar o comportamento. O cérebro precisa ter a capacidade de receber a informação sensorial, organizá-la e decidir o que é ou não importante para o comportamento e a aprendizagem. A integração sensorial é feita de forma efetiva quando temos uma resposta adaptativa, que a Dra Jean Ayres (1979) definiu como “uma ação apropriada em que o indivíduo responde com sucesso a uma exigência do meio”. 

Assim, o indivíduo que possui uma capacidade diminuída de processar as informações também pode ter dificuldades de apresentar respostas apropriadas, interferindo no seu comportamento e aprendizagem. 

No entanto, só nos atentamos a todo esse processo quando algo não vai bem, quando a integração sensorial não acontece de forma adequada, interferindo nas atividades funcionais. Portanto, ao observar qualquer sinal de alteração no processamento sensorial que esteja interferindo na vida cotidiana, procure um Terapeuta Ocupacional com certificação em Integração Sensorial. 

 

Referência:

AYRES, A. J. Eleanor Clarke Slagle Lecture. The Development of Perceptual-Motor Abilities: A Theoretical Basis for Treatment of Dysfunction. American Journal of Occupational Therapy. v. 17. p. 221-225. 1963.

 

 

Karina Meneguetti Terapeuta Ocupacional CREFITO 3/8412

 

 

*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.