O diagnóstico do Autismo
O diagnóstico do autismo é clínico, feito através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade.
Caraterísticas para o diagnóstico do Autismo
DSM-V: Transtorno do Espectro do Autismo
O individuo deve preencher os critérios 1, 2 e 3 abaixo:
1. Déficits clinicamente significativos e persistentes na comunicação social e nas interações sociais, manifestadas de todas as maneiras seguintes:
a) Déficits expressivos na comunicação não verbal e verbal usadas para interação social;
b) Falta de reciprocidade social;
c) Incapacidade para desenvolver e manter relacionamentos de amizade apropriados para o estágio de desenvolvimento.
2. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades, manifestados por pelo menos duas das maneiras abaixo:
a) Comportamentos motores ou verbais estereotipados, ou comportamentos sensoriais incomuns;
b) Excessiva adesão/aderência a rotinas e padrões ritualizados de comportamento;
c) Interesses restritos, fixos e intensos.
3. Os sintomas devem estar presentes no início da infância, mas podem não se manifestar completamente até que as demandas sociais excedam o limite de suas capacidades.
Confira o vídeo sobre a dificuldade em obter o diagnóstico do Autismo
A Analista do Comportamento, Consultora e Supervisora ABA do Grupo Conduzir, Renata Michel, explica no vídeo abaixo os principais pontos dessa discussão.
[https://youtu.be/Sz8tkRkh_Gw]
Diagnóstico do Autismo no Brasil e no mundo
Em países de primeiro mundo, tal como os Estados Unidos, os médicos pediatras que não encaminham pacientes com atrasos de desenvolvimento e os neurologistas e psiquiatras que não indiquem intervenção em ABA podem ser processados pelo Estado. No Brasil, entretanto, os atrasos são ainda maiores.
A maioria dos pediatras não percebem nenhum atraso no desenvolvimento infantil simplesmente porque não possuem uma formação que contempla essa possibilidade. Ainda são raros os casos de pediatras que fazem um encaminhamento precoce para o neuropediatra ou psiquiatra infantil.
O que diz a Nova Lei
A Lei 13.438/2017, sancionada este ano no Diário Oficial da União diz que pediatras vão ser obrigados a adotar o protocolo com padrões para a avaliação de riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses de idade. A Lei vai evitar que o diagnóstico tardio comprometa o desenvolvimento das crianças.
A dificuldade ainda maior de diagnóstico do autismo de alto funcionamento
Na maioria das vezes, os médicos não percebem nenhum sinal de atraso no paciente e alegam que os pais (quase sempre a mãe) da criança estão “paranóicos” ou “exagerando” ao relatar qualquer estranheza no comportamento de seu filho. Do grupo seleto de profissionais que possuem boa formação e consegue realizar esse diagnóstico, ainda existe uma minoria que indica a intervenção em ABA. Muito comumente os pais relatam que o médico realizou o diagnóstico mas disse que “ABA é uma terapia para casos graves ou precoces” – sendo que as pesquisas têm, cada vez mais, confirmado que isso não é verdade.
Quanto antes iniciar as terapias corretas melhor!
Tao importante quanto iniciar a intervenção precocemente é realizar a terapia correta. O único tratamento que atende os critérios de aceitação e eficácia com sólida base científica é o tratamento comportamental, comumente conhecido como ABA.
Referências Bibliográficas:
*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.