Respeito aos indivíduos com autismo
Atualmente em nossa sociedade, fala-se muito em respeitar as leis da inclusão, todas as leis que regem e asseguram os direitos das pessoas com deficiência, incluindo as pessoas com transtorno do espectro autista. Mas não podemos deixar de falar do respeito que não é assegurado por nenhuma lei, as pequenas gentilezas que fazemos a todos que convivemos socialmente, mas que quando se trata de indivíduos com autismo, os quais por algumas vezes não demonstrarem reciprocidade, não as praticamos.
1 – Falar como se o indivíduo com autismo não estivesse presente.
Parece óbvio, mas não é. Normalmente essa “prática” é muito usada com crianças (típicas ou autistas) e é extremamente desrespeitosa. Isso vale para parentes, terapeutas, professores, médicos… Se a criança está presente e ela é o assunto, deve ser inserida na conversa, caso contrário, não deveria se falar dela.
2 – Não os cumprimentar.
Algumas pessoas simplesmente ignoram a presença dos autistas quando chegam em lugares onde estão. Como a habilidade de responder aos cumprimentos é algo que se desenvolve também por repetição, além de ser educado ajudaria na intervenção.
3 – Forçar abraços e beijos mesmo sabendo que são aversivos.
Alguns indivíduos com autismo possuem uma hipersensibilidade ou qualquer outra razão que o fazem não gostar de ser tocado e isso precisa ser respeitado. As convenções sociais dizem que é educado abraçar e beijar as pessoas, mas realmente educado é respeitar os limites de cada um.
4 – Olhar fixamente com estranheza quando os autistas apresentam estereotipias.
As estereotipias ou auto estimulações fazem parte dos comportamentos dos indivíduos com autismo em menor ou maior grau e, na verdade, fazem parte do comportamento de quaisquer indivíduos – quem não tem a mania de roer a unha, balançar a perna ou algo similar? Seja empático, os autistas não emitem sons ou balançam as mãos para chamar atenção e sim porque, muitas vezes, o ambiente natural não os proporciona outras fontes de reforçamento tal como proporciona para nós.
5 – Falar com um indivíduo com autismo como se ele tivesse deficiência auditiva.
É louvável a tentativa de comunicação, mas algumas pessoas tendem a achar que o autista não respondeu porque não escutou o que lhe foi perguntado e falam mais alto e mais alto, de forma pouco efetiva. Acreditem, até mímica já fizeram para tentar conversar com filho. O que funciona com ele é falar calmamente, no seu campo de visão, perguntas diretas e objetivas, mas perguntar ao cuidador qual é a melhor forma de se comunicar com o indivíduo é sempre uma ao dica.
6 – Rotular pelo diagnóstico.
Meu filho é um menino extraordinário que dentre inúmeras características é também autista. O Autismo não define meu filho e nenhuma outra pessoa com autismo.
Respeito é bom, empatia e compaixão também.
Michelle Carvalho, mãe do Enzo 💙
*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.