Há alguns anos, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) era um assunto pouco discutido e compreendido pela sociedade em geral. No entanto, à medida que a conscientização e as pesquisas sobre o tema aumentaram, passamos a entender melhor os sinais de autismo e sua prevalência na população.

Segundo dados do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, 1 em cada 36 crianças é autista, representando 2,8% da população norte-americana. Embora não tenhamos números oficiais no Brasil, considerando a mesma proporção, poderíamos ter cerca de 5,95 milhões de autistas no país. 

Com uma prevalência tão significativa, é essencial estarmos atentos aos primeiros sinais. Afinal, a informação é o primeiro passo para um diagnóstico precoce do transtorno, permitindo intervenções adequadas desde cedo para o desenvolvimento durante a vida.

Por isso, neste artigo, vamos explorar os principais sinais do TEA, como eles se manifestam em diferentes áreas do desenvolvimento e como os pais, educadores e profissionais de saúde podem identificá-los. Continue a leitura e confira!

Quais os sinais de autismo em bebês e crianças?

O TEA (Transtorno do Espectro Autista) ou simplesmente autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, que pode se apresentar de diversas formas, com diferentes características, níveis de comprometimento e particularidades.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), os primeiros sinais do TEA devem surgir antes dos 36 meses de idade. Embora alguns desses sinais sejam mais estáveis aos 18 meses, já é possível identificá-los entre os 6 e 12 meses de vida. São eles:

• Falta de contato visual;
• Ausência de sorrisos sociais;
• Dificuldade em responder ao nome;
• Desinteresse por interações sociais;
• Atrasos no desenvolvimento motor.

Além disso, quando um pouco maiores, ainda na infância, comportamentos atípicos, como flapping das mãos, fixação em padrões ou objetos específicos, hipersensibilidade ou hipoatividade sensorial e dificuldades na comunicação não verbal, podem sugerir a possibilidade de autismo.

⁠Como os sinais de autismo se manifestam em diferentes áreas do desenvolvimento? 

Agora que você já conhece as características mais comuns do autismo em bebês e crianças, vamos dar um mergulho mais profundo para entender como esses sinais se manifestam em diferentes áreas do desenvolvimento?

Embora cada pessoa autista seja única, alguns padrões podem se repetir, nos ajudando a reconhecer e entender melhor o autismo em sua complexidade.

• No comportamento

Os sinais do TEA no comportamento frequentemente envolvem padrões repetitivos de interesse e atividades, juntamente com sensibilidade sensorial. Isso pode incluir comportamentos como balançar as mãos, girar objetos ou seguir rotinas específicas. A sensibilidade a estímulos sensoriais, como sons altos e texturas, também é comum. Além disso, neurodivergentes podem ter interesses intensos e restritos em temas específicos.

• Na interação social

Indivíduos autistas frequentemente enfrentam dificuldades na interação social. Isso pode se manifestar na dificuldade em fazer contato visual, entender emoções alheias e participar de brincadeiras imaginativas. Estabelecer relacionamentos e compreender comunicação não verbal, como expressões faciais, também pode ser desafiador para eles.

• Na linguagem

Na linguagem, os sinais do TEA variam, podendo incluir atrasos na fala ou até mesmo ausência de linguagem verbal. Autistas podem começar a falar mais tarde e ter dificuldades em desenvolver habilidades de conversação, como compreender metáforas. Também é comum a ecolalia, ou seja, a repetição de palavras, além da linguagem estereotipada e da dificuldades em expressar emoções.

⁠Como identificar os sinais de autismo pode ajudar a realizar o diagnóstico precoce? 

Observar atentamente esses comportamentos desde cedo pode auxiliar pais, educadores e cuidadores na identificação precoce do TEA, possibilitando um diagnóstico precoce e intervenções mais eficazes.

Caso você note sinais de autismo em crianças próximas a você, é importante buscar avaliação e apoio profissional consultando um pediatra, psicólogo infantil ou especialista em desenvolvimento infantil. Eles podem realizar uma avaliação diagnóstica e fornecer orientações sobre recursos e serviços de intervenção precoce disponíveis na sua comunidade. 

O autismo é uma forma diferente de ver o mundo, e conhecer mais sobre ele é o primeiro passo para abraçá-lo de maneira inclusiva e acolhedora. Esperamos que este conteúdo tenha sido útil para você. Se gostou do que leu, não deixe de explorar mais artigos e informações em nosso blog.

Por Júlia Sargi, Diretora Técnica do Grupo Conduzir, e Arlene Amorim, Gerente de Ensino do Grupo Conduzir.