Ao falarmos de avaliação e indivíduos com Transtorno do Espectro Autista, é muito comum ouvirmos sobre o VB-MAPP. Mas o que é “esse tal de VB-MAPP”? Por que é tão usado? É o único protocolo para avaliação?
Essas são perguntas comuns, e por isso vamos começar explicando o que é “esse tal de VB-MAPP”.

O Verbal Behavior – Milestones Assessment and Placement Program (VB-MAPP) é uma avaliação critério-referenciada para pessoas com atraso no desenvolvimento. Basicamente, fornece a linha de base das habilidades e dificuldades verbais e sociais, além de auxiliar no estabelecimento de metas instrucionais. No VB-MAPP temos cinco componentes: Avaliação de Marcos do Desenvolvimento, Avaliação de Barreiras, Avaliação de Transição, Acompanhamento de Habilidade e Metas para Plano Educacional Individual.

Explicando brevemente, a Avaliação de Marcos do Desenvolvimento é dividida em três níveis baseados nos marcos de desenvolvimento: Nível 1 corresponde a 0-18 meses, Nível 2 a 18-30 meses e Nível 3 a 30-48 meses. Esse componente avalia repertórios como: mando (pedido), tato (nomeação), ouvinte, social, percepção visual, brincar independente, imitação, ecóico, vocalização espontânea, intraverbal, grupo e rotina, leitura, escrita e conhecimento matemático.

Já a Avaliação de Barreiras tem como objetivo determinar se existem barreiras de linguagem e aprendizagem através da investigação de 24 diferentes itens, como comportamentos negativos intensos e persistentes, habilidades de linguagem fraca e dificuldade em estabelecer comportamento de aluno.
Com a Avaliação de Transição, identificam-se habilidades gerais e capacidades de aprendizagem já existentes no repertório daquela criança. Isso possibilita, por exemplo, determinar o ambiente educacional e o formato instrucional mais adequados a ela.

Nesse texto, vamos nos limitar a falar sobre esses três componentes, tendo em vista a relevância de cada um deles. Se formos resumir o que é o VB-MAPP de uma forma simples, podemos entender que essa avaliação traz o resultado das habilidades que a criança já possui, as que seriam importantes de desenvolver, se existe ou não barreiras que podem atrapalhar seu desenvolvimento e a melhor forma de ensinar novos repertórios. E é por isso que se fala tanto sobre esse protocolo de avaliação.

Antes de encerrarmos, é importante ressaltar que há diversos protocolos para avaliação que podem (e devem) ser usados ao longo de uma intervenção, sempre considerando a idade e as necessidades de cada indivíduo. Essas avaliações auxiliam o profissional a traçar um plano para a intervenção, mas há muitas outras variáveis que devem ser consideradas quando estamos falando de uma pessoa que é única e que tem necessidades individuais.

Karina Frizzi, Gerente ABA 

*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.