Comunicação alternativa e terapia ABA

Comunicação alternativa e terapia ABA

  • Grupo Conduzir admin
  • 26 de julho de 2017
  • Autismo

É imprescindível discutirmos sobre comunicação alternativa, já que uma das características das crianças do Transtorno do Espectro Autista (TEA) é o atraso ou ausência de comunicação verbal. Sob controle dessa característica do autismo se faz indispensável a discussão da implementação de comunicação alternativa, uma vez que a comunicação funcional é peça chave para o relacionamento com os outros.

O que é comunicação alternativa?

Existem diversos métodos de comunicação alternativa, importante destacar que eles não são utilizados simplesmente para “substituir” a fala da criança. Muitos familiares tem receio em usar métodos alternativos por acreditarem que seus filhos ficarão “acostumados” com a maneira alternativa de se comunicar e assim prejudicarem as chances da fala emergir.
No entanto o que ocorre em muitos casos é o contrário, é comum que a partir da introdução desses métodos que algumas crianças aumentem o número de vocalizações, e não são raros os casos em que o sistema de comunicação alternativo é esvanecido, pois a vocalização ganhou consistência e função de comunicação funcional. Porém, nos casos onde há ausência completa da fala o sistema de comunicação passa a ser a principal maneira de relacionamento com o outro e isso impede que comportamentos indesejados e disruptivos ocorram como tentativa de comunicação e/ou fruto da frustração de não conseguir a interação necessária.

Alguns tipos de comunicação alternativa:

Existem diversos tipos de comunicação alternativa, neste texto abordarei o PECS e os Sinais.
– O PECS: Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (do Inglês, Picture Exchange Communication System) foi desenvolvido em 1985 como um sistema de intervenção aumentativa/alternativa de comunicação exclusivo para indivíduos com transtorno do espectro do autismo e doenças do desenvolvimento relacionadas. Usado pela primeira vez num programa em Delaware ‘Delaware AutisticProgram’, o PECS tem recebido reconhecimento mundial por focar no componente de iniciação de comunicação. Esse método começa ensinando uma pessoa a dar uma figura de um item desejado para um “parceiro de comunicação”, que imediatamente aceita a troca como um pedido. O PECS é dividido em 6 fases, nas mais avançadas o indivíduo através das figuras consegue responder a perguntas e fazer comentários.
– O SINAIS: Os Sinais são a comunicação através de gestos motores, a linguagem de sinais contempla todos os operantes verbais. Os sinais mais conhecidos e utilizados são o ASL (American SingLanguage) e o Makaton. De Origem inglesa o programa de idioma Makton surgiu em 1972 através de uma pesquisa conduzida por Margaret Walker, e estima-se que seja utilizado em 40 países por 10.000 crianças e adultos. Por ser uma linguagem de sinais e símbolos adaptadas a pessoas com transtornos do desenvolvimento e diversas deficiências intelectuais ele é o programa de comunicação por sinais mais utilizado no Grupo Conduzir.

Qual é o mais indicado?

A decisão de qual o método que será utilizado é realizada pelo analista do comportamento, em conjunto com a fonoaudióloga responsável pela criança. A partir de uma avaliação que contemplem múltiplos aspectos, tais como: repertórios pré requisitos (discriminação, imitação motora, entre outros) e engajamento da família, uma vez que sua participação na realização do treino influencia diretamente na aquisição do repertório de comunicação em treino.
Existem diferentes formas de ensinar uma criança a se comunicar de forma efetiva, o que é mais importante em todas elas é que o treino seja realizado com base na Análise do Comportamento Aplicada (ABA).

Confira o vídeo que fala dos métodos de comunicação alternativa e aumentativa da fala

A Psicóloga, Analista do Comportamento e Pedagoga – Consultora e Supervisora ABA do Grupo Conduzir, Mayra Michel, explica no vídeo abaixo os principais pontos desse assunto.
[https://youtu.be/rgTPerLzqrk]

 

Referências Bibliográficas:

 

*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.