Certamente uma das primeiras perguntas das famílias após o diagnóstico de autismo é se tem cura. Frequentemente vemos notícias sobre pesquisas e promessas, mas é raro o impacto real para a vida dessas pessoas. Como lidamos com essa perspectiva dos pais sobre o autismo e a cura? A resposta a essa pergunta passa por alguns pontos, como: o que é o autismo e quais são os tratamentos.

O que é o autismo?

O autismo, também conhecido como TEA (Transtorno do Espectro Autista), é um transtorno do neurodesenvolvimento. Ele tem implicações nas áreas de comunicação e interação social, podendo apresentar padrões de comportamentos restritos e déficits intelectuais.

Quais as causas do autismo?

Apesar do esforço científico na busca de identificar uma causa para o TEA, ainda não existe uma resposta certa e comprovada. O que se sabe é que existe um componente hereditário, tendo como base comparações empíricas. Ou seja, embora não saibamos quais os genes estão envolvidos, análises familiares dos indivíduos diagnosticados mostram a recorrência deste e de outros transtornos. As pesquisas indicam ainda que o autismo deve ter causa multifatorial, com alterações genéticas associadas a fatores ambientais.

Tratamentos: indicados x modismos

O tratamento ideal para um indivíduo com autismo envolve equipe especializada. Além do médico, psiquiatra ou neurologista, a terapia em ABA (Análise do Comportamento Aplicada) tem comprovação científica em sua eficácia. Outros profissionais, como fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, podem ajudar de acordo com as necessidades de cada criança.
Todavia, é preciso cuidado com tratamentos sem embasamento científico. Um exemplo é a suposta cura pela alimentação. É incontestável que uma alimentação saudável está relacionada com maior bem estar físico e até emocional. O risco está em abandonar intervenções que comprovadamente melhoram os déficits devidos ao autismo, para adotar medidas importantes para qualquer um.

O autismo e a cura: afinal, é possível?

No sentido de “deixar de existir o autismo”, não. Segundo o dicionário, cura pode ser “remédio”, “curativo”, “tratamento” e “recuperação da saúde”. Para isto, apesar de não haver uma fórmula, existe o tratamento ideal. O objetivo é que cada pessoa viva da melhor maneira possível. Essa é a cura.

Referências Bibliográficas:

• Dicionário Aurélio Online – https://dicionariodoaurelio.com/cura
• “Autismo: genética”, Abha R Gupta e Matthew W State – http://www.scielo.br/pdf/rbp/v28s1/a05v28s1.pdf
• “Autismo – projeto genoma” – http://www.genoma.ib.usp.br/pt-br/servicos/consultas-e-testes-geneticos/doencas-atendidas/autismo

*O Grupo Conduzir declara que os conceitos e posicionamentos emitidos nos textos publicados refletem a opinião dos autores.